segunda-feira, 30 de julho de 2012

TUDO TEM SUA HORA



Tem dia que você está com paciência de sobra, já outros, nem tanto... E quando você está nesse dia do ''nem tanto'' e tem que trabalhar com aquele parceiro inconveniente e que não quer nada com o serviço? Aí a coisa complica, não é meu irmão? Recentemente passei por isso e vou te dizer, dá vontade de sumir... pra não ter que falar merda para o sujeito. Onde já se viu, hora de trabalhar É hora de trabalhar!! Não estou dizendo que tem de ser assim TODO o período do seu trabalho, até porque há momentos pra você relaxar e descontrair com os parceiros.

Mas daí, a barca patrulhando... tendo que ficar atento aos movimentos dos transeuntes e tem aquele sujeito falando da curtição da noite passada, dos rocks que ainda virão e que não pode perder e ainda, futucando a po$%r@ do celular... é o fim!!! Parceiro, tem hora pra isso.

Eu, recrutona, vou falar com o camarada (mais antigo)? Sabemos como impera o militarismo. Além disso, todos sabem muito bem de suas funções e obrigações! O pior é que num vacilo desse, o camarada pode colocar a vida de toda a guarnição em risco. 

A falta de atenção em momentos cruciais pode arruinar uma ocorrência. Certo dia, estávamos patrulhando pelas favelas de Vila Velha, numa área com alto índice de criminalidade. Pois bem, patrulhávamos pela região... motorista super atento, chefe de guarnição idem e a recrutona aqui (4º homem) fazendo o seu melhor, aplicando tudo o fora ensinado, como regia a doutrina... Mas o 3º homem... estava lá, olhando para fora da barca, mas não vendo nada. O papo dele estava mais atraente: havia na noite anterior dado uns ''perdidos'' sabe Deus com quem e estava se gabando de seu feito. Nós (os que de fato estavam trabalhando), concentrados na missão, só balançávamos as cabeças de maneira afirmativa, dando a entender que estávamos 'ouvindo' o que aquele bizonho falava. 

PQP!!! Antes não patrulhando e calado, do que ficar falando que nem uma tagarela e NÃO patrulhar. Não demorou muito, passamos por um carro suspeito e o comandante pediu para fazer o acompanhamento. Aquele acompanhamento padrão... barca rasgando no acelerador pra enquadrar os vagabundos. Se está correndo da polícia é porque deve! 

Resultado: o bizonho não ouviu a ordem do comandante da guarnição, ou seja, não sabia porque estávamos correndo. Além disso, na hora do desembarque chegou atrasado, prejudicando a segurança dos companheiros. E pra completar, eu tive que chegar perto do sujeito e dá um toque pra ele revistar os abordados, porque parecia que ele estava noutro mundo, muito provavelmente em Marte... e ainda não tinha caído a ficha de que ele estava diante de um veículo, com três indivíduos em abordagem. Para a sorte dele, o motorista que é um cara sagaz, percebendo que o companheiro estava ''voando'', tomou a frente e fez a revista. E o que encontrou alí, me diga? Um revólver, calibre .38.

Agora pensa... e se o motorista da guarnição não agisse com destreza e agilidade? E se o vagabundo, não tendo nada a perder, encontrasse uma brecha na abordagem e jogasse aço na polícia? Olha a merda que isso não ia dar!!! Mas graças a Deus tudo transcorreu dentro da normalidade.

Por isso fica a dica, aliás, isso não é nem dica... atenção é um requisito ímpar para o bom andamento de uma ocorrência. Guerreiro, não vacile!! Não coloque em risco sua vida, nem a vida dos seus parceiros e esteja atento enquanto estiver trabalhando. Deixa pra jogar conversa fora nos horários apropriados. Pois um vacilo seu pode custar a vida quem dependia da sua atenção e ação! Pense nisso.